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Quando se comenta sobre problemas de prótese de silicone, a referência se faz às próteses de mamas. O assunto da atualidade muito divulgado pela mídia sobre as Próteses de Silicone até parece superar os grandes problemas nacionais tais como: enchentes, as catástrofes mundo afora, ou a rotina de escândalos políticos, que subtraem bilionárias fortunas do dinheiro público.
O problema não é tão grave assim.
A utilização do silicone na medicina não é tão nova, porém necessária. Hoje fabricam-se próteses para tendões, para articulações dos dedos, para aumento ou correção do mento, malares, panturrilha, peitoral, coxas, glúteos etc.
Como o assunto do momento é prótese de mama, vamos lembrar que, as primeiras próteses, foram criadas pelo americano Dr. Cronin na década de 60, cujo conteúdo era um gel fino, com uma película protetora (membrana) também do mesmo material: silicone liso.
Lembro-me perfeitamente durante minha formação como cirurgião plástico, que cada vez que atendíamos pacientes portadores de Hipomastia (pouca glândula),
somente com uso de próteses poderíamos oferecer algum resultado estético.
Nesta época os médicos cirurgiões plásticos tinham o conhecimento de que 80% das cirurgias de próteses mamárias apresentavam retração capsular, deixando as mamas duras e deformadas pela calcificação interna, devido à irritação do próprio gel de silicone.
O desconforto relatado pelas pacientes nos obrigava a realizar uma manobra externa manual, a fim de provocar a ruptura desta cápsula, cujo efeito devolvia ao paciente o aspecto natural das mamas; embora pudesse haver recidiva da retração.
Hoje em dia estas próteses lisas foram substituídas por próteses texturidas e poliuretano, com tecnologia de ponta, reduzindo a praticamente 0% as retrações capsulares.
Na época, somente a firma americana Dow Corning fabricava as próteses. Atualmente no Brasil, a SILIMED, localizada no Rio de Janeiro, de capital e tecnologia francesa fabrica próteses, que são exportadas para todo o mundo.
Outras próteses, como as francesas: EURO SILICONE, PERTHESE, as americanas: MENTOR, MAGHAN entre outras, são importadas e bastante utilizadas no Brasil.
Nos últimos dois anos, em congressos da especialidade, houve o aparecimento de pelo menos nove marcas novas, ou seja, duas francesas, uma holandesa, uma alemã e cinco chinesas. A variação de preços entre as marcas, afim de ganhar mercado é absurda, chegando em até 120% mais baratas que as utilizadas atualmente .
O que ocorre com as próteses da PIP e ROFIL está no silicone utilizado e não na tecnologia. Estas próteses entraram no Brasil com autorização da ANVISA. É pouco provável que outras marcas tenham usado o silicone PIP.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) diz que houve um consenso entre entidades e governo sobre a necessidade da substituição das próteses APÓS identificado o rompimento das mesmas, pois nem todas as pacientes submetidas a estes implantes estão com problema. Também determinam que os pacientes não entrem em pânico pois este assunto pode e deve ser cuidado através de uma
visita ao seu médico, assim como por meio de um exame de imagem para saber como está sua prótese.
O seu cirurgião, através da ficha clínica do seu cadastro e da data de sua cirurgia, pode localizar este documento.
Caso você ainda não o tiver, pois a empresa fabricante tem todos os registros das próteses vendidas; para isto basta ligar para firma, que a mesma localiza o produto que foi enviado na época da cirurgia.
Creio que no nosso meio, dificilmente encontraremos uso destes implantes (PIP e ROFIL), sendo mais comuns nas grandes capitais e no sul do país.
Conclusão
Não há motivos para pânico;
As próteses (PIP – Poly Implante Prothese), alteradas em sua confecção ou não, só apresentam riscos se estiverem rotas;
Os problemas efetivamente ocorridos (ruptura da prótese) são diagnosticáveis e tratáveis por meio de cirurgia específica;
As mulheres portadoras das próteses PIP devem procurar seus cirurgiões para avaliação e eventual tratamento necessário;
A remoção dos implantes mamários da marca francesa Poly Implant Prothese – PIP, afeta EXCLUSIVAMENTE as mulheres portadoras desta marca.
Tal decisão fundamenta-se, de acordo com informações do governo francês, em testes que indicaram comprometimento da resistência das próteses e que o silicone utilizado para preenchimento, diferente daquele que havia sido autorizado para uso em saúde, podendo provocar irritação num eventual vazamento. Os mesmos testes laboratoriais descartaram risco de toxicidade e câncer.
Portanto não existem razões que justifiquem a remoção e substituição preventivas dessas próteses, a não ser que uma ruptura efetiva seja identificada.
Apesar de toda a celeuma, as próteses de silicone continuarão sendo utilizadas em grande escala em todo mundo, pois a “elas” referimos o boom da Cirurgia Plástica Estética e Reparadora.
Verifique se seu médico é realmente Cirurgião Plástico pelo site: www.cirurgiaplastica.org.br
CRM 17.364 – Cirurgião Plástico / Médico titular e especialista da SBCP / Membro Titular da Sociedade Ibero-latina Americana de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva / Sócio Fundador da Associação dos Ex alunos Prof. Ivo Pitangy
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